Estava escuro como breu e tu apareceste, Sol radioso e brilhante, trouxeste a felicidade de volta à minha vida. Iluminaste-me o caminho durante uma longa jornada que fizémos juntos, lado a lado, uma só alma em dois corpos. Juraste que seria para sempre, que nunca irias para Oeste... a tua luz sempre foi indispensável para mim, o teu calor aquecia-me no dia mais frio, mas acabaste por te revelar apenas o início de um sonho inacabado. Quando a noite chegou, desapareceste no mar, deixaste-me só, com o meu fraco luar, a iluminar todos os outros amores, sem poder viver o meu. Ainda hoje sofro por isso... e agora vivo... talvez à espera que o dia chegue para eu poder ver outra vez essa luz brilhante e amarela... sejas tu, ou seja outro Sol que vier em teu lugar.
E o Sol aparecerá e encherá de luz e calor mais um dia para mais tarde ir para Oeste e desaparecer no mar. E quando isso acontecer, mais uma vez uma grande Lua Cheia iluminará a noite... sem o calor do Sol, mas com uma beleza incomparável.
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Tauronet
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É a beleza líquida das luas azuis, que migram para Norte nos olhos de quem conhece o sal da solidão... e o doce do riso cúmplice e solar...
Nessas noites, o vento é de Levante, cortando cirurgicamente, impiedosamente, letra a letra, o teu nome. E as marés, inconformadas, gritam até à exaustão que em mim, a memória dos teus poros, nunca será pó.
É que tu juraste que seria para sempre, que nunca irias para Oeste...
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Ni*