segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Saudades amargas, doces recordações


Não podemos fazer nada, apenas olhar e procurar, mas nada encontramos.
Porque partem aqueles que nós amamos?
Porque passam eles o rio e nos deixam aqui?
A margem do rio reflecte as árvores,
O meu coração reflecte as saudades.

Porque deixam, eles, um cenário tão triste e tão frio?
Também o meu coração foi preenchido pelo vazio.
Eles escondem – se através da muralha das árvores,
Eu escondo a dor, virando o rosto, ao mundo.
O céu nada mais me mostra que as trevas.

Mas não podemos ficar, para sempre, neste entorpecimento.
Então eu digo – vos, temos de parar de olhar e de procurar.
Não é lançar, os que amamos, para o esquecimento,
Simplesmente, é guardar as recordações e continuar.
Deixando que as saudades atravessem o rio.

Levanto o meu punho, mostrando que continuaria com a minha vida,
Mas, não me despediria deles, pois sabia que nos voltaríamos a ver.
E o céu, como uma mensagem muda, brinda a minha decisão,
Afastando as trevas, e mostrando-me o azul mais belo que eu já vira.

Assinado:
Sofia