quinta-feira, 23 de julho de 2009

música&letra

-Não tem de sair perfeito. Solta cá para fora. É apenas uma letra.

-"Apenas uma letra"?

-A letra é importante. Mas não tão importante como a melodia.
(...)
-Uma melodia é como ver alguém pela primeira vez. A atracção física. Sexo. (...) Mas depois, à medida que conheces a pessoa, aí está a letra. A história dessa pessoa. Quem ela é por dentro. É a combinação dos dois que torna a música mágica.


do filme Música e Letra
traduzido e adaptado por



ritzm

quarta-feira, 15 de julho de 2009

AMOR, COCO E CANELA...

(Para ver as fotografias no tamanho original... basta clicar sobre elas)



Doce aroma... receita que escrevi num caderninho, quando era criança, com caligrafia bem desenhada, redondinha e bonita (hoje já não o é...)... e sonhos, muitos sonhos de felicidade... eis o que este bolo me faz lembrar.
Fi-lo como 'terapia'... para os meus filhos que, curiosos, seguiram o odor apelativo e sorriram quando souberam o que eu estava a fazer: AMOR, COCO E CANELA...
*
(Continuo a não querer falar de dores...)
*
*
Receita do bolo «AMOR, COCO E CANELA»
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Ingredientes:
200 gr de farinha
250 gr de manteiga
250 gr de açúcar
4 ovos
1 pacote de coco ralado
1 colher de chá de fermento (que se mistura na farinha)
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Modo de fazer:
Bate-se o açúcar com as gemas e a manteiga. Junta-se em seguida o coco (reserva-se um pouco para a decoração final). Adiciona-se a farinha com a colher de fermento bem misturada. De seguida... misturam-se as claras batidas em castelo. Vai ao forno, previamente aquecido (+/- a 150 graus), numa forma untada com manteiga e polvilhada com farinha, onde fica a cozer cerca de 1 hora.
Depois do bolo cozido... coloca-se num prato bonito... pica-se com um palito e rega-se com o seguinte molho:
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Molho:
3 chávenas de chá, bem cheias de água.
1 pau de canela
10 colheres de sopa, bem cheias de açúcar.
Coloca-se tudo num tachinho e vai ao lume até ferver 5 minutos.
Com uma colher de sopa (e com muita paciência) rega-se o bolo até acabar o molho.
Finalmente... decora-se... deixa-se arrefecer e... partilha-se com quem se ama: filhos, amigos...
*
CC



terça-feira, 14 de julho de 2009

não quero acordar

Há um ano, neste exacto momento, nunca eu pensei poder vir a viver um sonho, depois de ter acordado. Sempre fui astuta, devia também ter entendido que os finais felizes apenas têm lugar nos filmes. A perfeição utópica que tanto medo tinha de perder acabou por se revelar uma ilusão, e eu era apenas uma vítima do sistema a que me sujeitei. Os princípes encantados não existem, até porque já nem vivemos na monarquia, e os contos de fadas são as histórias com que enganamos as crianças, com as quais pintamos um mundo fantástico onde elas nunca conseguirão viver. Mas fechar-me no tempo, como em tempos fiz, na gaveta suja e apertada que criei para mim num acto de desespero, também não é solução. Contrair os músculos da face foi a melhor saída que arranjei, e deu resultado. Não foi o destino que me trocou, de novo, o caminho, mas apenas eu que adoptei um novo caminhar. Por isso, as pedras passaram a parecer-me as flores nas efémeras tardes de primavera, e não voltei a tropeçar nelas. Hoje sinto que foi apenas o iniciar de um trilho de coisas boas, a vida começou de novo, desta vez sem ti. Obrigada por me teres mostrado que não existe um felizes para sempre, como imaturamente eu acreditava. Obrigada a mim, por ter descoberto sozinha que havia vida para além do espectro dele. Obrigada a todos, que me abriram os olhos. Obrigada a este blogue, a quem por tantas vezes sussurrei os meus pensamentos. Obrigada ao mundo, que permite a existência desta vida. Foi um ano fantástico.


ritzm

sexta-feira, 10 de julho de 2009

DESAFIO COM MOTE

Desafio e mote propostos pela minha amiga Cleo... aqui:


«Toda a manhã procurei uma sílaba.
É pouca coisa, é certo: uma vogal,
uma consoante,
quase nada.
Mas faz-me falta.
Só eu sei a falta que me faz.»

*
Eugénio de Andrade
~*~
*
Toda a manhã procurei uma sílaba.
Numa rima inacabada, no teu nome ausente,
Numa maré alta e ousada, numa memória persistente,
Num verso semelhante ao do Poeta,
Onde geme o encanto do seu ‘amor ardente’.

Toda a manhã procurei uma sílaba.
Escondida nos meus olhos, lá fundo…. no lago,
Suave como o primeiro canto de uma ave, saudade minha,
Com odor a ti, tatuagem que nos poros trago,
Subtil, como o voo quente de andorinha.

Faz-me falta, a sílaba perdida,
Procurei-a no espelho,
No estilhaço da rima outrora cruzada... e nada.
Não a encontrei.
Nem numa vogal esquecida.
Nem numa interjeição mordida, à despedida.
Talvez ta tenha dado no abraço derradeiro,
Talvez a tenha colocado na tua pele, amor meu,
Ainda e sempre o primeiro.
*
CC (hoje... escrito em poucos minutos)

Podridão dos valores da sociedade

Hoje sente-se isso mesmo... É algo triste de se ver, de se viver. As pessoas, na sua MAIORIA têm valores individualistas puros e, por isso mesmo, pensam que a sua vida gira em volta...delas mesmas! Tudo o que esteja fora do seu círculo interior (mesmo amigos!) não tem importância, mesmo que outros saiam magoados profundamente. Só se importam com eles próprios, apresentando uma terrível falta de consideração e de respeito pelos sentimentos dos outros. "Um parente teu morreu?" (Por mim...não é parente MEU) - sei que é um exagero (ou talvez não, em alguns casos), mas é só para demonstrar...
Essas pessoas egoístas só querem saber do seu bem-estar, não se preocupando minimamente em consegui-lo em detrimento do dos outros.
Vivem as suas vidas na total descontracção, não "enchendo" as suas mentes podres com considerações sobre o bem-estar dos outros. Pura falta de respeito, volto a frisar...
Tal como referi no post que escrevi sobre maiorias e minorias, ISTO TAMBÉM ME FAZ MUITA IMPRESSÃO. Não cabe na minha cabeça viver numa "ilha" mental, completamente isolado dos outros, como se eles não existissem...
Na realidade, esse tipo de pesssoas só se preocupa com o bem-estar dos outros quando isso as beneficia directamente. Sim, porque caso contrário...
Finalmente, há também um outro aspecto a frisar: por vezes, as pessoas "fingem" que são queridas e sensíveis e que se preocupam com outro ser vivo, só para não se sentirem tão mal consigo mesmas.
Sei que o que escrevo representa um "toque nas feridas" de muita gente, tal como aconteceu no post que referi aqui (até porque ninguém o comentou...), mas, infelizmente, ninguém admite a sua própria podridão de espírito.
Pelo menos isso, não acham...?

André Pinto


terça-feira, 7 de julho de 2009

sem título

podes ter arruinado o meu sonho, mas não destruiste a minha vontade de sonhar.





ritzm

A dificuldade em reconhecer o que há de bom, em elogiar

O ser humano, em geral, é mesmo assim: tem dificuldade em elogiar o próximo. Porquê? Porque elogiar parece que nos tira orgulho, parece que, ao mesmo tempo que valorizamos o outro, desvalorizamo-nos a nós próprios ao mesmo tempo. Porque encontrar defeitos nas outras pessoas é uma tarefa mental lamentavelmente fácil e, para muitas pessoas, automática. Ao criticarmos a outra pessoa, PENSAMOS que estamos a injectar em nós próprios mais autoconfiança, porque PENSAMOS que não temos defeitos ou, pelo menos, não temos os defeitos com que caracterizámos essa pessoa. Pura ilusão...
Isto acontece de um modo tão escandalosamente inconsciente que rapidamente ouvimos, na rua, NA ESCOLA, pessoas a falarem mal umas das outras, e, se uma elogia a outra, as restantes ficam surpreendidas: ("O quê!? Elogios! Critica, mas é, que é mais fixe! Assim é que deve ser!") Elogiar, para muitas pessoas, constitui um momento extremamente desconfortável e que exige um grande esforço para vencer a barreira que separa o elogio da crítica destrutiva.

Vejam o exemplo do Michael Jackson, se viram a homenagem que estão a fazer no momento em que escrevo este post.

Por isso, proponho que vocês (eu próprio também o farei), amigos e colegas, elogiem alguém (uma ou mesmo mais do que uma pessoa) profundamente. Alguém que nós conheçamos, de preferência, porque se todos elogiarmos pessoas do mesmo círculo social, o efeito é muito mais forte e poderoso.

André Pinto

MARES, SENTIDOS, MEMÓRIAS, VIDAS E LUAS...

No Sábado... dia 4 de Julho...
*
Guincho...
*
O instante de eternidade que nos abraça, num sol que nos olha e nos lê... mesmo sem pontuação...
Decifra-nos, lambe-nos as feridas e... apazigua-nos.
Sintra...
*
Não se fala de Sintra.
Sente-se.
Dissolvemo-nos nela e na noite, que a desnuda de todos os véus que encobrem a sua magia.
Portais... para além de todos os tempos.
Gostei do que senti lá.
Gostei de como e QUEM me senti lá.
Sintra e Lua são a rima quebrada, dita impossível, mas que se torna perfeita... quando descodificamos o sagrado feminino em cada recanto...
*
(Vou lá voltar uma noite destas... em breve, muito brevemente...)


Frango Vindaloo...

Uma antiquíssima receita de Goa, com influência de.... Portugal!

VIN + DA+ LOO

«VINHO DE ALHOS...»

(Vinho acre - vinagre + alhos... + cebola + gengibre + açafrão + tomate + coentros +... as especiarias coloridas e fortes em que me revejo...)

Prato divinamente confeccionado, num restaurante em Sintra...



E a lua, sempre a lua, eterna companheira... cúmplice do sentir-força-brilho no feminino...
*
CC

sexta-feira, 3 de julho de 2009

NO SILÊNCIO DOS OLHOS... (JOSÉ SARAMAGO)


Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho se teceu?
Que murmúrio de vento, que dourados
Cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?

José Saramago, in Os Poemas Possíveis
*

CC

AI QUE PRAZER... (FERNANDO... O/A PESSOA)...


CC
(Com saudades de todos....)