terça-feira, 7 de julho de 2009

A dificuldade em reconhecer o que há de bom, em elogiar

O ser humano, em geral, é mesmo assim: tem dificuldade em elogiar o próximo. Porquê? Porque elogiar parece que nos tira orgulho, parece que, ao mesmo tempo que valorizamos o outro, desvalorizamo-nos a nós próprios ao mesmo tempo. Porque encontrar defeitos nas outras pessoas é uma tarefa mental lamentavelmente fácil e, para muitas pessoas, automática. Ao criticarmos a outra pessoa, PENSAMOS que estamos a injectar em nós próprios mais autoconfiança, porque PENSAMOS que não temos defeitos ou, pelo menos, não temos os defeitos com que caracterizámos essa pessoa. Pura ilusão...
Isto acontece de um modo tão escandalosamente inconsciente que rapidamente ouvimos, na rua, NA ESCOLA, pessoas a falarem mal umas das outras, e, se uma elogia a outra, as restantes ficam surpreendidas: ("O quê!? Elogios! Critica, mas é, que é mais fixe! Assim é que deve ser!") Elogiar, para muitas pessoas, constitui um momento extremamente desconfortável e que exige um grande esforço para vencer a barreira que separa o elogio da crítica destrutiva.

Vejam o exemplo do Michael Jackson, se viram a homenagem que estão a fazer no momento em que escrevo este post.

Por isso, proponho que vocês (eu próprio também o farei), amigos e colegas, elogiem alguém (uma ou mesmo mais do que uma pessoa) profundamente. Alguém que nós conheçamos, de preferência, porque se todos elogiarmos pessoas do mesmo círculo social, o efeito é muito mais forte e poderoso.

André Pinto