domingo, 6 de dezembro de 2009

Sermos iguais a nós próprios

Prestem atenção a tudo o que fazem. Tudo mesmo. Agora, façam uma lista daquilo que fazem por vontade própria e outra daquilo que fazem com o máximo objectivo de serem aceites.

Naturalmente a segunda lista será bem mais extensa do que a primeira. Porquê? Porque somos desde cedo manipulados por todos os que nos rodeiam: pais e familiares, amigos e namoradas(os), vizinhos até. Inconscientemente ou não, a verdade é que os nossos comportamentos são constantemente controlados e condicionados pelos outros.

Isso é bom, porque nos enquadra no meio social humano, mas a que custo?

"Ah, isso é bom, assim sou aceite e não sou visto como um estranho.", dizem uns (ok, 99% da população mundial). "Sim claro, são parte de um padrão de vida global. Fazem TUDO o que a sociedade vos manda. Obedecem cegamente. Não vivem a vossa própria vida.", digo eu.

Basta meia dúzia de pessoas dizer uma palavra estranha, num dialecto alienígena, que os outros tornam-se também ET's.

Basta meia dúzia de pessoas fazer QUALQUER COISA que nós queremos ser iguais a elas. Temos uma necessidade urgente de nos integrarmos num rebanho de pessoas iguais, que falam em uníssono "Mekié" e "Manda props (ou lá como se diz)", para sermos bem-vistos e acarinhados como uma ovelha nova mas igual às outras milhões.

Não será que existe um "eu" em todos nós? Uma vontade própria? Um rumo próprio? Um modo de vida próprio?

PERDEMOS A NOSSA IDENTIDADE PESSOAL EM DETRIMENTO DUMA IDENTIDADE COLECTIVA?

Não será que está na altura de perder o medo de sair do rebanho e experimentar coisas novas e únicas em nós? De procurarmos o nosso verdadeiro "eu"?

Antes de fazerem alguma coisa, pensem: vou fazer isto da maneira que os outros esperam, por ser minha "obrigação", ou da maneira como eu quero e gosto?

AP

(isto é a continuação de um raciocínio que comecei num outro post, há uns meses atrás, "Minoria vs Maioria" ou algo do género)