O amor é uma companhia
Já não sei andar só pelos caminhos
Porque já não posso andar só
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela
Todo eu sou qualquer força que me abandona
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
Scorpion