terça-feira, 19 de maio de 2009

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A cada dia que passo, mais me apercebo que não devo acreditar nas promessas que as pessoas me fazem, por muita confiança que tenha nelas. Sempre saio traída, quer me digam que tudo está bem quando não está, quer quando me dizem que foi só um pesadelo, e que será uma questão de semanas até tudo passar. Não passou, não passa, e mói.
Complementamo-nos, de uma maneira absolutamente extraordinária. Quase que parecemos nascidos de um mesmo ventre espiritual, penso o que tu pensas, sinto o que tu sentes. E é comum observar isso no dia-a-dia, nas escassas vezes em que os nossos caminhos ainda se cruzam. Juntos, acabámos com todos os esterótipos que existiam, relacionados com o amor: que as relações à distância nunca dão resultado, que as relações ditas próximas são as mais viáveis e, acima de tudo, que os opostos se atraem. Lá atrair até se podem atrair, mas nunca da maneira que nós os dois estávamos ligados. Eras o meu melhor amigo, e conversar contigo era o maior prazer que eu podia alcançar. Sabias tudo o que eu sentia, os gostos eram os mesmos, os interesses não divergiam, éramos almas gémeas. O turbilhão de emoções, que se move com o equilíbrio de uma viagem de montanha-russa, lembra-me do que passámos, do que vivemos, do que ficou por viver. Não sei o que será pior, se pensar que te tive e me perdeste, e que agora não há volta a dar, ou se nos termos cruzado. Acredito na segunda, conhecer-te foi o melhor da minha vida, descobri-me, descobri-te, juntos decifrámos enigmas, encontrámos chaves que abriam portas para locais mágicos que mais ninguém conhece, inventámos histórias, vivemos aventuras, e hoje tudo são memórias. Quem sabe...daqui a uns tempos não me magoem tanto. Mas a questão é que não sei como poderá ser possível esquecer-te, quando ainda sinto que temos a força de suportar um amor para sempre.