domingo, 4 de janeiro de 2009

Passado, Presente ou Futuro?


Estou sentada, no quarto, a ouvir a minha música. Penso. Recordo-me do que já não me lembrava há muito tempo.
Estou perdida. Não sei o que quero e tenho medo de querer o que já não posso ter, e o que nem sequer ao meu alcance está.
Tenho à minha frente o meu passado, o presente e o futuro e não me consigo decidir por nenhum dos três. O passado, que julguei estar esquecido, afinal continua a conjugar-se com o presente que tento viver. Sei que ao escolhe-lo, vou sofrer como outrora sofri e não tenho forças para passar por tudo outra vez. No entanto, é ele que mais chama por mim, mas não o posso agarrar e pensar, novamente, que é meu porque já não consigo lutar contra mim mesma, como ele me exige. Para mim representa tudo o que eu considero perfeito, necessário e mágico. Ao vivê-lo senti-me livre, num mundo onde só existia ele e eu. Para mim nada era mais importante que aquele passado, que um dia foi presente. Nos momentos em que o vivi, esquecia tudo o que acontecia à minha volta e sentia cada segundo do que se encontrava à minha frente. Foi um presente que quando acabou me deixou doente. Senti-me a morrer por dentro. Não queria acreditar. E muito menos aceitar. Ao lembrar-me dele a única coisa que consigo fazer é chorar. Choro porque o quero. Choro porque o perdi. Choro porque já o tive. E choro porque mesmo sendo a única coisa que peço, sei que é a única coisa que nunca terei de volta. Cada lágrima que cai, transporta em si cada segundo vivido e cada sonho idealizado que aquele passado me deu a experimentar.
Nunca mais fui a mesma sem ele. Nunca mais sorri daquela forma que só naquele passado fui capaz de fazer. É dele que tenho saudades. É com ele que comparo tudo o que me acontece. E é ele o meu limite. Mas infelizmente, um limite que já só para mim faz sentido.

Se escolho o presente, continuo onde estou. A vaguear no meio do tempo, sem qualquer rumo. Não é assim que quero viver. Não é na dependência deste presente que quero estar. E tal como o passado, é um tempo que só me derrota e desgasta as ínfimas forças que ainda possuo.
A minha vontade é libertar-me dele mas NÃO CONSIGO. Sempre que o tento fazer, atravessa-se no meu caminho, como se tivesse vontade própria e me quisesse para ele mesmo não querendo.

E se escolho o futuro tenho medo de ser assombrada pelos outros dois e que estes não me deixem viver. E se o escolher, vai ser como dar um tiro no escuro. Não me sinto segura e tenho medo que não resulte e que com isso me magoe e, pior ainda, magoe quem não tem culpa desta minha fraqueza.

Comparo a minha vida a um relógio, onde posso escolher em que horas quero viver. Posso atrasa-la, adianta-la ou deixa-la simplesmente correr. Resta só descobrir em qual dos números quero parar os ponteiros da minha vida.
Guid@