domingo, 4 de janeiro de 2009

QUEM ÉS TU?



Não sei… poderei dizê-lo, talvez, ou nem sequer falar.
Sou aquela que tem os pés bem assentes na terra, mas que ao mesmo tempo voa mais alto que qualquer pássaro.
Sou aquela que chora sozinha na escuridão do nascer do sol e sou também aquela que se sente sozinha quando não tem um milímetro para se mexer no meio de tanta gente.

Há quem diga que quantidade não importa e que a única coisa de valor é a qualidade, a qualidade de bens, pessoas, sentimentos, desejos e fúrias.
Eu concordo… concordo porque tudo o que acabei de enumerar tem que ser verdadeiro para ter valor.
Um sentimento não sentido, uma fúria em que não esmurrámos uma parede, um bem que nos oferecem com a ridícula etiqueta deste mundo de falsidades e injustiças. Ou será que preferes que fale da quantidade, sim, quantidade de pessoas que amam mas não amam, que lutam mas não saem do seu lugarzinho do sofá bastante confortável que têm estrategicamente colocado em frente da televisão?


Será que me pediste para falar de mim ou, por outro lado, apenas perguntaste isso porque não tinhas mais a dizer? (sabes que o silêncio também tem o seu valor, às vezes torna-se até precioso). Bem, para saberes quem sou, lê com atenção os pensamentos que te transmito e não perguntes aos outros.

Chorei e voltei a chorar e como se não bastasse, chorei novamente. Olhei para cima e vi um rosto desconhecido que me limpava as lágrimas.
Passo toda a minha vida a rir e a dizer disparates confusos, de que nem eu sei o significado, apenas para divertir os outros.

Posso saltar montanhas por ti e também posso sentar-me a teu lado e, simplesmente, esperar que já não precises de sentir ninguém ali.
Luto por todos os que amo e até por aqueles que não me conhecem.
Não suporto ver injustiças e ficar indiferente!
Reclamo e volto a reclamar, às vezes nem é bom para mim, mas… ficar calada a olhar não é de mim!

Às vezes passo na rua e vejo pessoas especadas a olhar para mim, incomoda-me, finjo que nem reparo.
Pego no telemóvel e mando uma mensagem a alguém, espero pela resposta e começo uma conversa.

Conversas, mas que serão essas tão aclamadas conversas?!
Vai ao dicionário e procura o significado. Não me peças a mim, que sou bem capaz de o fazer por ti, mas não tenho tempo a perder nesta correria que é a vida!

Já estás aborrecido com tantas palavras que não paro de escrever? Olha, foste tu que me pediste que escrevesse e agora não me apetece parar, apesar de já ter o braço cansado.

Tenho mais ou menos um metro e sessenta e cinco centímetros, olhos azuis e cabelos encaracolados aloirados. Tenho dezasseis anos e um milhão de sonhos por realizar.
Não penses que desisto rapidamente, ou que não te vou dar luta porque enquanto não desistires, não vais ter descanso!

Fico triste com a maior das facilidades quando me desiludem ou quando, simplesmente, fico triste.
Já passei fases muito difíceis e a maioria das pessoas não deu conta, no entanto sou cem por cento transparente. Essas pessoas não me conhecem como deveriam.
Mudaria muitas coisas na minha vida, tanto no passado como no presente.

Recuperei há poucos meses, que se contam com um pouco mais de metade dos dedos que tenho numa das mãos, do mais difícil ano da minha vida. É certo que só vivi dezasseis, mas considero-me com alguma experiência de vida.

Sei bem o que quero apesar de ser imensamente (uma palavra tão minha) indecisa.

Acordo de manhã com alguma dificuldade, desanimo quando me olho ao espelho e não gosto do que vejo.
O espelho transmite tudo o que quisermos que ele transmita, basta enganá-lo, mas a nós não nos enganamos tão facilmente.

Olho à minha volta, está escuro lá fora e é apenas um candeeirozinho do meu irmão que me ilumina.
Ficava tão bem, agora, dizer que caía uma chuva que batia fortemente nas janelas, mas não… não chove. O pôr-do-sol também já passou e a única que coisa que me ilumina mesmo é este pequeno candeeiro.
Estou sozinha no quarto, quase vazio e sinto uma aragem no coração. Um vento que permanece. Agora, tornou-se num aperto que se intensifica e permanece também.

Tenho o meu telemóvel ao meu lado, mas nem ele me distrai porque o aperto que sinto absorve todas as minhas energias sem pedir licença.
Este aperto dura e perdura, já é mais um habitante de cá de casa.
Às vezes pergunto-me se nunca desaparecerá, mas não obtenho resposta e aí volto à questão inicial…
Só o tempo me responderá a esta questão, mas como o tempo não volta atrás e não sei quanto tempo (quantidade) terei de esperar, só quero vivê-lo com qualidade…


“Quem és tu?”
ALGUÉM!


Cataryna *