segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

incerteza certa

Ao longo do tempo, vamos aprendendo a viver com as novas situações, com as novas rotinas, e aprendemos a encarar tudo da melhor maneira posssível, para que ser feliz não seja um sacrifício, mas sim um dom. Vivemos, dia a dia, a mudar as coisas pouco a pouco...
O pior é quando existem situações pontuais, para as quais não podemos ir treinando. Temos de improvisar, e o improviso nem sempre sai bem.

Eu odeio-te. Acho que nunca tinha odiado tanto ninguém como te odeio a ti. O simples facto de te ver mete-me maldisposta, e só de ouvir o teu nome fico irritada. Os dias são simples. Tu és um estranho, a quem às vezes falo.
Mas quando existem situações, que nos fazem lembrar os tempos antigos, os tempos que já lá vão, e temos uma sensação de Dejá-vu...é tão difícil. É tão difícil passar por ti sem termos aquelas brincadeiras idiotas que dantes tínhamos. Olhar para a tua cara sem fazer um sorriso inocente que valia mais do que mil palavras que pudéssemos dizer um ao outro. Passo por ti, e o único som é o silêncio constrangedor que paira entre nós, esta nuvem negra que possivelmente nunca passará.

Sempre preferi uma grande verdade a um monte de mentiras que nunca me iriam fazer sentir melhor. Tu sabias disso. Sabias que, acima de tudo, te pedia a verdade. E tive de a saber por outra pessoa. A única coisa que soubeste fazer foi disparar um monte de mentiras recheadas com dúvidas, perguntas incomodativas sem resposta possível. Soubeste que seria muito pior se o fizésses, mas não tiveste sequer respeito por mim.

Estás a tentar ser o que não és. Tu não és assim, sei que não és. Sei que a pessoa que conheci é exactamente o oposto de ti. Estás a forçar a tua personalidade para seres mais um no meio de todas as pessoas iguais. Fui ingénua ao ponto de pensar que encontrara alguém diferente. Tu és ainda mais deprimente do que as pessoas iguais, és uma pessoa diferente e especial a tentar ser alguém igual. Isso é o mais triste, porque "o pior cego é aquele que não quer ver".

Sinto-me um insecto pousado numa planta carnívora. Desde que aqui cheguei, que tento soltar-me, interiorizar-me que tudo está bem, mas fico cada vez mais colada a tudo isto que me estás a fazer...a todos estes pensamentos teimosos.

Os meus sentimentos podem ser comparados a uma montanha-russa: ou bem que estou a ferver em alegria, mas no minuto seguinte tu já estás de punhal na mão para me roubar tudo outra vez.

Passei este tempo todo à procura de respostas e, agora que as sei, não sei se não teria sido melhor viver na ignorância. Desiludiste-me, mais e mais e mais...És um mestre nessa arte, parabéns! Espero que vivas feliz com a tua vida fantochada, uma vida que tu tentas criar mas não és capaz de sentir.

Podíamos ter sido tudo o que desejássemos...mas o simples facto de nos termos cruzado numa idade em que, supostamente, não existem coisas sérias, comprometeu todo o nosso futuro juntos. Não foste capaz de te despir desses preconceitos, e deitaste a perder tudo o que construímos com tanto carinho, deixando-me perdida nos escombros.

Podes tomar nota: por cada vez que me passares rasteira, hei de encontrar um modo de me levantar. Sem ti. Irá ser preciso mais esforço, mas o mérito será muito maior.



RM