sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Na inocência do desvio do sorriso


Hoje vi-te. O meu corpo estremeceu. Na inocência do desvio do meu sorriso vejo-te a passar junto a mim. Por momentos transpus-me para outro mundo, que não este. Senti algo que não consigo, por palavras, explicar. Forte. Foi o que tive que ser. Caso contrário levantar-me-ia e só teria duas hipóteses. Sair dali ou ir atrás de ti. No entanto, não foi nenhuma destas que aconteceu. Contive-me no meu silêncio e indignação. Esperei. Terias que passar de novo. Na tentativa de não me importar com a tua presença continuei na conversa. Mas o teu regresso corta-me as palavras. Os nossos olhares quase se tocam. Mas nenhum dos dois teve vontade de o fazer. Por isso, passaste e contigo, mais uma vez, levaste o meu coração.
As questões apoderaram-se da minha cabeça. Porquê? Como? Porquê hoje? Porquê sempre ali? Porque não noutro sitio?
Coincidências que começam a dar comigo em doida. Surgem quando, dentro de mim, penso que tudo está a regressar ao seu devido lugar. Mas não está.
Foste embora e só conseguia tentar adivinhar quando te voltaria a ver. Mais tarde, mas ainda hoje. Amanhã. Daqui a um mês. Nunca mais. Só precisava de obter a resposta para poder seguir em frente. E conseguir escolher olhar para ti novamente ou simplesmente deixar que o dia passe sem pensar que me poderia cruzar, em qualquer altura do dia, contigo num lugar escolhido ao “acaso” pelo destino.



Guid@