terça-feira, 23 de dezembro de 2008

amor secreto

Ela fora muitas vezes desprezada durante a pré-adolescência, a fase da vida em que mais precisava de atenção. Ele foi a única pessoa capaz de lhe dar a atenção necessária, a consegui-la fazer encontrar o seu caminho. Apenas com ele, ela aprendeu o verdadeiro significado de felicidade.

Fazendo parte do mesmo grupo de amigos, partiram para o acampamento de fim-de-semana, todos juntos. Namoravam há poucas semanas, [secretamente], sem ninguém ter conhecimento de nada. Por isso, ninguém desconfiou que se fossem sentar no banco, lado a lado. Como estava escuro, ninguém reparou que eles estavam de mãos dadas, dedos entrelaçados. Naqueles curtos minutos, ela tivera mais atenção de alguém do que alguma vez tivera. O seu coração batia rápido. Queria gritar, do fundo dos seus pulmões, contar a toda a gente o que estava a viver. Mas preferiu fazer daquilo o seu pequeno segredo. Um segredo que, pela primeira vez, partilhava com alguém. E foi na escuridão da noite que ele roubou um beijo duma inocente boca nunca antes beijada...

Deitaram-se, a olhar o céu. Os amigos estavam todos em roda, a rir, a gritar, a fazer todo o barulho possível e imaginário. Eles olhavam-se, sem ouvir o mundo à sua volta. Um olhar silencioso e cheio de amor, de promessas, de felicidade. Os dedos tocaram levemente, como um pequeno sopro do vento. Ela encontrara o verdadeiro amor. E os olhos dele tinham inscrita a promessa de um Para sempre. Os seus corações batiam, agora unidos. Contra tudo. Contra todos. Contra o que viesse. Eles iriam estar sempre, sempre juntos...





A rapariga descobriu que finais felizes são apenas histórias inacabadas, e nem sempre os contos de fadas têm um 'e viveram felizes para sempre'...