domingo, 7 de dezembro de 2008

Jardim dos Perdidos



Porque é quando mais precisamos que entendemos que muitos dos que achávamos amigos não estão, porque são os melhores amigos que mais nos magoam, porque são os que mais amamos que não nos compreendem, porque com umas simples férias a tua vida pode mudar, com o simples facto de não estares com a pessoa durante 2 meses, tudo pode mudar, e muda! Pensas que tinham construído uma relação que poderia durar para sempre, mas com um simples sopro de algo mais forte, tudo vai a baixo e não volta a subir.

Então aí, tu desces até ao fundo do poço e poucos se oferecem para te tirar de lá, e menos ainda são aqueles que de facto te tiram de lá. Quando pensas que já não há esperança, quando para ti tudo parece desmoronar-se quando devias estar feliz da vida, choras e não consegues parar. Quando todos à tua volta se contentam com um simples sorriso teu e não te conhecem o suficiente para ver que por dentro estás a morrer, a desfalecer... então aí sim, podes pensar que tudo corre mal, que ninguém te ama!

E quando vês que, não sabendo como, alguém chega e te rouba o que era mais precioso na tua vida, quando pensas que alguém é capaz de ir ao fim do mundo e voltar por ti e depois nem sequer é capaz de te estender a mão quando estás a cair no abismo; quando vês que a relação que outrora pensaste conseguir resistir a tudo, passa em 2 meses, para um simples ‘Olá, tudo bem?’; quando nada te podia magoar mais do que a ruptura dessa relação, e é de facto isso que te acontece...
Pensas estar a morrer e de facto, por dentro, morres...

Um dia, alguém especial e que nunca te abandonará, vai buscar-te ao jardim dos perdidos e vai mostrar-te o mundo de uma forma completamente diferente, e vais ver que aqueles que julgavas amigos não eram mais do que pessoas que também pertenciam ao mundo dos perdidos e que, durante todo esse tempo, só te quiseram para que tu fosses o tal, aquele que os fosse buscar, o que lhes desse a mão... Mas nunca ninguém te explicou isso... Perdeste tempo e pessoas da tua vida e sentes-te humilhado, trocado, de coração partido sem vontade de lutar pelo que perdeste, e é tarde e agora tens de arranjar força para construir tudo de novo, para talvez voltar a ser destruído...


‘Não chores’ é o que ouves toda a gente dizer, mas tu pensas como é que é possível não chorar numa altura em que a cada segundo que passa morre mais um bocadinho de ti... Já nada é suficientemente bom para arrancar um pequenino sorriso que seja e já ninguém é suficientemente especial para te alegrar. Olhas para o sorriso da tua mãe e, já nem isso, te faz feliz... Morreste por dentro, ninguém se apercebeu e quando os tentaste avisar, acharam que eram apenas palavras que saíam de ti mas que não tinham nenhum significado que justificasse a sua preocupação! Agora é tarde, não há esperança nem amor, pois os que um dia mais amaste, são agora o passado que te faz crescer para o futuro!


Cataryna*