sábado, 18 de outubro de 2008

Cor ...


Os dias passam e nem damos por isso…o tempo voa, e escorrega por entre os dedos quando mais pensamos que o temos em nosso poder!
Mas será mesmo verdade?
Não é possível que não tenhamos nada que possamos controlar… recuso-me a pensar que sou um mero peão do destino…que este me manipula da forma que quer sem “pensar” em mim, a pessoa que vive no jogo que ele comanda!
Parece que tudo em nós se contradiz…
Olho em frente, vejo um sentido a seguir mas ao mesmo tempo, o que realmente o meu corpo pede é que desvie o olhar e recue até ao ponto de onde parti, sem pensar no que posso vir a perder, no que deixo por viver e principalmente no que me espera do outro lado tão…longínquo e incerto.
Um lado que não vejo o fim … que só sei que fica para lá do alcance do meu olhar, que não sei onde fica ou onde termina. Um lado que não sei se quero conhecer, se quero que faça parte de mim ou eu dele…
Tenho medo …tenho medo que aquele caminho seja o errado e que nunca mais descubra outro que me faça ir até onde eu sei que consigo chegar …
Mas mais medo tenho ainda, de ser realmente aquele caminho, o meu... e, por estar cega, não conseguir ver que faço parte dele e de mais nenhum outro.
Se ao menos pudesse fechar os olhos e largar o meu corpo para que pudesse voar na direcção que o vento me soprasse … se pudesse simplesmente deixar fluir o que sinto e com isso não precisar de pronunciar uma palavra que seja, se pudesse tocar no mundo e sentir o que este tem para me oferecer… seria tudo tão mais fácil!
Gostava de ser transparente, uma cor tão verdadeira que nunca esconde o que é…Só para poderem desvendar o que tento esconder com cores que dizem tão pouco de mim.
É estranho quando tentamos pintar a vida duma cor que não condiz connosco…a tonalidade sufoca-nos e obriga a nossa mão, mesmo sem força para se erguer, a pincelá-la de uma cor que nos faz renascer a alma, numa cor que reflecte a luz que há em nós.
Giro em torno de mim mesma, olho o que me rodeia e penso que o mundo é feito de cores e percebo que afinal, a minha é a mistura de todas elas, que tão diferentes são umas das outras, mas é precisamente todo aquele contraste de todas que transforma cada uma numa especial.
Mas...qual será verdadeiramente a cor que só por si diz quem sou?
Não sei …
Talvez um dia a encontre e nesse momento me deixe levar pela vontade de a conhecer, que me transmite…!



Guid@