quinta-feira, 9 de outubro de 2008

NUMA NOITE...






Numa noite, com data certa, na pureza desta cidade que não cessa de me aveludar a pele...



Escrevo-te para te murmurar aquele 'amo-te' que me desenhaste há anos atrás. Murmuro-to hoje porque ainda te amo, embora te negue muitas vezes três vezes, e porque é esse ter-te no negar-te que me mantém viva. Sei que os meus cabelos negros te correm nas veias e o meu nome, que os meus dedos escreveram nos teus poros, morde-te a memória. Sei. Não há nada de ti que não saiba de olhos fechados, como caminho único. Mas o que conheci então é o meu passado. E hoje, frente às minhas mãos onde as linhas que te escrevo se cruzam com as tuas, o futuro chama-se espelho do espelho do espelho do que sempre fomos. Sonho-te todas as madrugadas, de olhos abertos, para de ti receber mais um dia em cada dia. Ou será mais uma vida, em cada vida? E assim, dormente, enroscada na interrogação, sou.



Volta.



(Inevitável... escrever... face a um texto que li aqui ... - talvez o melhor blog de escrita que conheço - após uma noite de trabalho... de exaustão. E agora... vou dormir com a madrugada. Amanhã... sorrirei, partilharei, ensinarei e aprenderei... correrei nesta linha de vida alucinante e ninguém, ninguém saberá, que por trás do persistente brilho do meu olhar... há um vazio com as formas do teu nome...)