quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O que é que faço?


O que é que eu faço com o que sou? E com o que sinto?
Agarro em tudo e guardo numa caixinha, de forma a não ver?
Talvez fosse a solução ideal…mas depois não sei seguir em frente sem aquela parte de mim que está guardada!
E mesmo que quisesse esquecer o que lá está dentro, seria-me de todo impossível. Vivería toda a minha vida a pensar que tinha um pedaço da pessoa que sou, fechado numa caixa sem poder marcar o que ainda virei a ser!
Às vezes só gostava que o mundo parásse por uns minutos e eu pudesse vivê-los da forma que quisesse, com quem quisesse, como se fossem os últimos da minha vida!
Só gostava de fechar os olhos, abrir os braços, erguer a cabeça ao céu e puder sonhar… e quando os abrisse, via diante de mim esse mesmo sonho tornado numa realidade que esperava por mim, para ser vivida...
Por vezes tento passar para o papel tudo o que a minha alma sente mas nem sempre consigo que as letras passem a emoção que possui a minha mão quando as desenho na naquela superfície em branco …!
É complicado viver assim…ter a necessidade de dizermos o que temos dentro de nós mesmo quando não nos querem ouvir. Tenho dias em que me sinto a gritar dentro de uma sala repleta de pessoas mas, no entanto ninguém me ouve!
Sinto-me invisível no meio de tanta gente que me toca e não me vê, não me sente…ou não quer ver nem sentir. Conseguem imaginar um pianista, dentro de uma sala, a tocar e toda a gente que o rodeia a falar por cima da música que este tenta que ouçam?
É assim que me sinto…embora me ouçam, ignoram as minhas palavras e os meus sentimentos! Mas porque é que o fazem?
Porque…simplesmente não lhes interessa o que possa ter para lhes dizer? Porque… têm medo do que vão ouvir? Ou porque sou tão importantes para eles que têm medo de ser atingidos por palavras que sabem que os vão magoar?
Não é isso que pretendo… só quero que ouçam o som da minha voz, a sonoridade das minhas palavras, o sentimento com que as digo...!
Será pedir muito?


Guid@