segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Espelho

Quando leio o que escrevi,
Sinto-me tal bem-te-vi,
Que afinadamente canta
E a todos homens encanta.

Tal qual larva no casulo,
Me era o sentimento nulo,
Antes de eu me descobrir
Poetisa e então rir

De todos os que de mim,
Talvez penssassem assim:
- Ela ruge mas não morde;
Está coitada, à própria sorte.

Mas na vida quem azara
O outro, uma hora pára
Como um pobre animal,
O qual só sabe fazer mal.

A sua presa indefesa,
Pensa ela que está à sua mesa;
Mas da sorte má, a presa,
Torna o mal só em proeza.

Como a dama a bailar,
No salão à cintilar;
Como a estrela a reluzir,
Do escuro então surgir,

Sua luz que até ofusca;
E incansável ela busca,
O seu sonho de criança,
Onde ela canta e dança.

E cada vez que o sentimento
Toma conta, no momento!
O papel branco ali se faz
Uma arma, então se torna um ás.

Li@