terça-feira, 25 de novembro de 2008

250º POST... com uma pequena introdução...

«Olho para o espelho quando passo, e volto atrás para relembrar tempos de um tempo que já não é, perdido... nos estilhaços da minha essência. Aquela que tu partiste, sem olhar para trás. Vejo o meu reflexo... tem sons de noites mal dormidas e uns quantos dias mal engolidos, onde quase não me sinto e poucas vezes me encontro. E é nos estilhaços desse espelho, espelho meu... diz-me onde fiquei eu? que deambulo pelas cidades de memórias, percorrendo ruas, avenidas, e vielas em busca de mim. Mas também em busca de ti. Em busca dos dias completos e dos momentos com sabor a sempre... onde sobrava espaço e tempo para mais um olhar. O teu...»
Ni*
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REFLEXO ESTILHAÇADO

Quando me olho ao espelho, vejo um reflexo. Um reflexo que não desejaria ver reflectir um desgosto imenso, nas profundezas do meu olhar ou um sorriso forçado... esboçado nos meus lábios. Um reflexo inútil, e sem sentimento, que faz derramar cada lágrima com uma cor azul de tristeza profunda, alagando um rio sem margens, um rio sem fim e sem início, no qual não queria navegar. É aquele reflexo, 'Aquele', que transmite o tal sentir com sabor a 'não', quando alguém nos magoa. Aquele reflexo, naquele espelho… um espelho estilhaçado em mil bocadinhos, com diferentes perspectivas. Aquele que não nos permite escolher o melhor pedacinho. Aquele espelho-reflexo que continha o reflexo-verdade do meu coração. Partido em mil pedaços, tornando-se meras migalhas de mágoas incuráveis pelo tempo e de desgostos inesquecíveis…
O sofrimento tatuado em mim fez-me pensar que um reflexo é e sempre será um reflexo, não importa qual seja a imagem reflectida. Ainda que doa. Ainda que a negue. A imagem de um sentir... o meu.


Bz.*